A pouco mais de uma hora de Lisboa, o chef Hugo Silva dá as boas vindas aos viajantes no restaurante Divinus, no Hotel Convento do Espinheiro, em Évora. Faz agora um ano que o chef adoptou o Alentejo como a sua casa, e que trouxe os produtos endógenos da região para a sua mesa.

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Não se arrepende, como nos conta, e está orgulhoso da aprendizagem e da caminhada com sabores que desconhecia. “É um mundo de experiências”, confessa. Um mundo que partilha com quem por ali passa, em formato tentação e para por qualquer dieta em ‘banho-maria’.

Diretamente da planície alentejana chega o pão de Guadalupe, ideal para demolhar no azeite de galega e de cordovil, e para aconchegar o estômago depois de uns quilómetros de estrada. Os olhos já percorrem a ementa que começa por apresentar “aqueles petiscos de sempre”, que é como diz as entradas gulosas que não deixam ninguém indiferente.

Salada de polvo, creme de coentros com orelha de porco, lentilhas de tomate seco, e azeitona com ovos de codorniz avinagrados, puxam para a saborosa tradição a sul. Mas outras opções, como o tártaro de camarão com maracujá e yuzo, ou um ceviche de salmão e peixe branco com beterraba e maçã, apetecem pela frescura e despertam a curiosidade pela sua inusitada presença junto dos mais ‘típicos’ aromas e sabores locais.

Para quem prefere aconchegar o estômago com uma sopa pode escolher entre o mais tradicional gaspacho com mexilhão e camarão, ou uma sopa de peixe do Atlântico com camarão.

Carne do montado e peixe do Atlântico

Passar pelo Alentejo e resistir às várias receitas de carne é quase como ir a Roma e não ver o Papa. O porco do montado com batatinhas recheadas com farinheira, espinafres e morilles é de fazer crescer a água na boca, mas o novilho de carne mertolenga com estufado de espargos e cogumelos, batata e foie gras também não lhe fica atrás.

Para os mais afoitos apreciadores de outras carnes, o chef Hugo Silva propõe ainda o borrego com ervilhas, cenoura e batata-doce, e o peito de pato assado com batata-doce, legumes em papel de arroz e pak-choi.

Divinus Évora

Tamboril braseado em arroz malandrinho de camarão, lingueirão e ameijoa. Foto: Travel&Taste

Menos típicos da planície alentejana, mas sempre à mesa nas propostas de Hugo Silva, não faltam os sabores do mar. Polvo grelhado, creme de pimentos vermelhos, batatinhas e grelos salteados, tamboril braseado num arroz malandrinho de camarão, lingueirão e amêijoa, corvina com batata-doce, beringela e lulinhas, ou robalo assado com risotto de camarão, lima e gengibre são os sabores que o chef escolheu para aprimorar a carta deste verão.

A carta estival não esquece também os vegetarianos, e apresenta propostas que vão da quinoa aos legumes biológicos, dos tortellinis de espinafres com cogumelos e parmesão, à quiche mediterrânica com salada de coentro e agrião, passando pelo risoto de espargos e cogumelos (imperdível!).

Divinus Évora

As sobremesas. Foto: Travel&Taste

A não perder são também as sobremesas (bem gulosas), pelo que deverá reservar espaço. Sopa de morangos com gelado mascarpone, arroz doce com pêssego e chocolate branco, textura de ananás e côco, figo, chocolate negro e avelã, maçã, pepino e iogurte, todas apresentam um bom equilíbrio entre a doçura e a frescura que se quer nos dias quentes de verão. Para os amantes de queijo, a pedra de queijos alentejanos é de prova obrigatória.

Para finalizar a refeição, beba um café ou um chá de ervas aromáticas locais. Se almoçar, aproveite os jardins do Convento do Espinheiro para descansar antes de enfrentar a estrada. Se for jantar ao Divinus, o melhor é pernoitar no hotel para desfrutar da paz, do ambiente local e de Évora.


Divinus | Morada: Hotel Convento do Espinheiro, Évora | + info