Depois de, no início de janeiro, a centenária Tabacaria Martins, na baixa lisboeta, ter sido motivo de notícia por correr risco de encerrar, também a loja Paris em Lisboa está com o mesmo problema. Conflitos entre o senhorio e os proprietários do espaço foram esta quarta-feira denunciados por Ana Gomes, filha do dono da loja, na reunião pública da Câmara Municipal de Lisboa (CML).

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Na origem do problema estarão alegadas pressões por parte do senhorio do número 77 da Rua Garrett, no Chiado, que pretende despejar a icónica loja. Ana Gomes, que está envolvida na Associação de Valorização do Chiado, garantiu que, caso nada seja feito, “no final de 2017 teremos de fechar”.

Durante a sessão de discussão na Câmara, a filha do proprietário disse poder contar com o apoio de Duarte Cordeiro, vice-presidente da CML, na resolução do conflito. O responsável camarário é também o criador do programa de proteção ao património histórico da cidade, Lojas com História, desenhado em fevereiro de 2015.

Duarte Cordeiro garantiu que irá apoiar a Paris em Lisboa nas negociações com o senhorio, mas também iniciar o processo de classificação da loja como património público para poder impedir o encerramento do espaço.

A loja, inaugurada em 1888, era conhecida pelas suas “fazendas, sedas e bordados”, tendo sido, inclusive, fornecedora da Casa Real a pedido da Rainha D. Amélia. Com quase 130 anos de vida, a Paris em Lisboa ocupa três pisos do edifício da Rua Garrett e hoje vende sobretudo peças de roupa para a casa.