Apesar de Espanha ser o país responsável pela comercialização de mais de metade do azeite no mundo, Portugal tem vindo, nos últimos anos, a aumentar a produção. O ouro líquido nacional teve, na campanha de 2019/2020, a maior colheita das últimas oito décadas, chegando às 907 mil toneladas. Embora quantidade não signifique qualidade, os produtores portugueses continuam a ser dos mais premiados a nível internacional, um resultado que volta a confirmar-se na última edição do Concurso Internacional de Azeite de Nova Iorque (NYIOOC), que ainda decorre.

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No outro lado do oceano Atlântico, aquela que é tida como uma das mais prestigiadas competições mundiais já atribuiu, até ao momento, 27 medalhas de ouro e prata a 14 marcas portuguesas (em atualização) em 52 submissões. Em destaque, surge a Gallo que conseguiu conquistar cinco prémios, com três ouro – Grande Escolha Special Edition, Azeite Novo Colheita e Late Harvest – e dois prata, com as referências Reserva e Bio.

Segue-se a produção de Moncarapacho, em Olhão, onde a Monterosa explora cerca de 20 hectares de olival tratado de forma tradicional. Ali, as azeitonas ainda são apanhadas à mão e, depois, “moídas com mós de granito, num processo mecânico que remonta aos tempos romanos”, explicam os produtores. O saber e a tradição unem-se à tecnologia para fazer nascer azeite de qualidade, mais uma vez atestada no NYIOOC, que atribuiu quatro medalhas à empresa nacional: duas de ouro (Monterosa Picual e Monterosa Cobrançosa) e duas de prata (Selection e Maçanilha).

Monterosa Azeite

Foto: Monterosa/Facebook Oficial

Com três prémios cada, surgem a Herdade do Esporão, em Reguengos de Monsaraz, e a Casa de Santo Amaro, de Mirandela. O produtor de vinhos e azeites alentejano (cujo restaurante reúne os produtos da propriedade à mesa) conquistou um ouro com o Olival dos Arrifes Biológico e duas medalhas de prata com o Esporão Selecção e Cordovil.

Já o antigo morgadio de Santo Amaro, na família há oito gerações, arrecadou duas medalhas de ouro com os Casa de Santo Amaro Grande Escolha e Premium, e uma de prata com o Prestige. Em declarações ao concurso norte-americano, António Pavão, coproprietário, recorda que “felizmente, os nossos azeites virgem têm sido sempre premiados nos últimos seis anos, uma excelente motivação para continuar a fazer bem e a tentar melhorar”.

Casa de Santo Amaro

Foto: Casa de Santo Amaro

A CARM e a Cabeço das Nogueiras foram agraciadas com dois prémios cada, sendo que a primeira dividiu as medalhas entre o ouro (CARM Grande Escolha) e a prata (CARM Premium), enquanto que o produtor ribatejano viu dois dos seus azeites serem premiados com ouro. São eles o Cabeço das Nogueiras Premium Cornicabra e Premium Cobrançosa.

Porca de Murça, Segredos do Côa, Angélica, Magna Olea, Arribas do Douro, Herdade Vale de Arca, BARE e Azeite Saloio mereceram um prémio cada. A lista das distinções nacionais está disponível, assim como o guia completo da edição de 2020 dos melhores azeites virgem extra do NYIOOC.

Na última edição, em 2019, Portugal ocupou o quinto lugar no ranking mundial e este ano tudo indica que ficará em sexto. Continuaremos a acompanhar os resultados até ao encerramento do concurso.