À medida que os meses passam, os efeitos económicos da pandemia vão surgindo em vários setores, com o da restauração a ser uma das principais vítimas. Depois de outros chefs terem anunciado o encerramento dos seus espaços, Diogo Noronha confirmou que o Pesca, inaugurado há três anos, não voltará a abrir portas “devido ao período conturbado” e às “incertezas do futuro próximo”.

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“O Pesca foi um desafio verdadeiramente enriquecedor, que acrescentou imenso valor à oferta gastronómica da cidade, reconhecida por clientes estrangeiros e portugueses”, admite Diogo Noronha, que não revela muitos pormenores sobre o que está a preparar para o futuro. O chef, reconhecido pelo seu trabalho na área da sustentabilidade, adianta apenas que neste momento um dos seus focos é a colaboração naquele que será o seu primeiro livro, que irá abordar questões determinantes para as dietas do futuro, uma das áreas que tem vindo a trabalhar mais profundamente nos últimos tempos.

Noronha deixa, assim, o grupo Plateform “para assumir outros desafios, mais ajustados à realidade dos novos tempos”, lê-se no comunicado enviado às redações. “Infelizmente o mundo mudou e agora é hora de olhar para a frente e transformar os enormes desafios que o setor da restauração enfrenta em oportunidades”, explica.

Sobre o que significa abandonar o Pesca, um projeto assente na sustentabilidade que desenvolveu de raiz e que mereceu variadas distinções, reconhece que “é muito difícil pôr um ponto final num projeto com tanto potencial, mas a vida é feita de mudança”. Para breve fica a promessa de revelar mais detalhes sobre os novos caminhos do cozinheiro, que segue em frente com “o sentimento de dever cumprido”. “Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para fazer vingar o projeto”, remata.

Recorde-se que esta é mais uma baixa na restauração em consequência dos efeitos da pandemia, que se junta, por exemplo, ao encerramento de vários espaços do chef José Avillez e de alterações nos restaurantes de Vítor Sobral.