Produtos biológicos, sustentáveis e toxic-free são os pilares que ajudaram a erguer o novo espaço lisboeta que quer provar que comer bem não tem de ser caro. As pizzas não ultrapassam os 10 euros.
Há 70 anos atrás, na comuna de Marzano, no Norte de Itália, Osvaldo Gatti abria um típico café italiano como tantos outros que embelezam a paisagem urbana das cidades do país. Estaria, no entanto, longe de imaginar que o seu nome viria a ser usado, em jeito de homenagem, pelos seus descendentes para batizar uma pizzaria no coração de Lisboa – ou Lisbona, bem entendido.
Apesar da surpresa, o bisavô dos sócios da Valdo Gatti ficaria, certamente, orgulhoso do projeto cozinhado em parceria com um português, António Cardoso. E é fácil de entender porquê: neste restaurante de nome cantado são servidas pizzas preparadas exclusivamente com produtos biológicos e naturais. Na verdade, apenas bebidas como a cerveja e refrigerantes não cumprem a exigência, já que 95% dos ingredientes utilizados na cozinha são, efetivamente, de origem biológica.
A sustentabilidade e a autenticidade são, por isso, os pilares fundamentais que permitiram erguer, no final do ano passado, a pizzaria escondida entre as ruas estreitas do Bairro Alto. Essa zona da capital, onde não faltam excessos de quarta-feira a sábado, fica agora mais equilibrada com um espaço que prima pela qualidade gastronómica e preocupação ambiental.
Desde a madeira proveniente de limpezas florestais, que alimenta o forno de lenha e gás, à água da torneira que é filtrada e servida num jarro de vidro, a preocupação com a pegada ambiental faz deste um espaço ímpar no que à consciência ecológica diz respeito.
Foto: Valdo Gatti/DR
Biológico não precisa de ser caro
Neste pequeno cantinho de Itália em Portugal, Antonio “Antonino” Menghi é o responsável pela preparação da massa e das pizzas que compõem a carta. Aos 27 anos, Antonino trocou a vida profissional em Londres por um novo desafio na cidade plantada à beira Tejo, local onde hoje dá largas à imaginação através das pizzas que prepara com todo o cuidado.
De sorriso simpático e trato tímido, o pizzaiolo nascido em Apúlia criou uma dúzia de opções simples que fazem sobressair os sabores autênticos dos produtos importados de Itália. São ingredientes selecionados e comprados a produtores artesanais, cuja qualidade é certificada pela ausência de “pesticidas, herbicidas, alimentos geneticamente modificados, hormonas ou antibióticos envolvidos”, garantem. Entre as iguarias estão a mozzarella de búfala DOP, parmesão, gorgonzola azul, presunto ou o salami picante que são complementados com o azeite bio, as ervas aromáticas e as hortícolas portuguesas.
Diretamente do forno para o prato chegam, assim, opções tão bonitas quanto saborosas, como a tradicional Margherita (7,50€ ou 9€, conforme os ingredientes escolhidos), Parmigiana (9€), Zucchina Verde (9€), Crudaiola Antonio (9,50€) ou Bufallota (9,50€). Todas as pizzas são feitas a partir de uma massa esticada à mão que fermenta durante, pelo menos, 48 horas e que permite formar uma borda crocante, o “corniccione”.
A carta fica completa com três opções de entrada simples – mozzarella bio de búfala (7€), salumi e formaggi (9,50€) e puccettinne al’ aglio (2,50€ a 6,50€) –, saladas e algumas propostas para petiscar durante o período da tarde. Do lado das bebidas pode esperar sumos naturais prensados a frio no momento, vinho biológico produzido pela Quinta de Montalto, em Lisboa, ou limonada caseira.
A Valdo Gatti torna-se, assim, na nova habitante lisboeta de origem italiana que quer provar que não é preciso gastar muito para comer com sabor, saúde e autenticidade.
Valdo Gatti | Morada: Rua do Grémio Lusitano 13, Lisboa | Horário: 12h às 23h (dom. a qui.); 12h às 24h (sex. e sáb.) | + info