Rudes, a cerveja que quer tomar de assalto as torneiras nacionais

Existem várias formas de olhar e avaliar a riqueza de um país e de um povo, muitas que vão além dos números e do cifrão – veja-se a gastronomia, as tradições, os contos e lendas, conhecimento passado, muitas vezes, de geração em geração e perpetuado nas memórias coletivas. Portugal é disso exemplo, mas também a Rudes, a nova marca de cerveja artesanal que não deixa escapar a história e que está pronta a conquistar o palato dos cervejeiros portugueses. 

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Desengane-se quem olhar para esta como uma tarefa fácil. Ainda que o mercado artesanal esteja em franco crescimento e comece, inclusive, a ser visto como uma janela de oportunidade para as grandes marcas industriais e para os grandes players mundiais, a concorrência ainda é superior ao número de consumidores dispostos a pagar mais por um produto de qualidade.

A fórmula mágica para vingar é variável, mas será justo dizer que o sucesso não se alcança sem uma combinação de bons rótulos, storytelling e, acima de tudo, qualidade. É este percurso que Pedro Neves, o fundador e mestre cervejeiro da Rudes, quer traçar a partir de Vila Meã, em Amarante, para chegar às torneiras e prateleiras nacionais.

“Quis ter um sistema adaptado as minhas exigências e que me permitisse fazer cerveja à minha maneira”
Pedro Neves

No entanto, para lá chegar foi primeiro necessário montar uma fábrica com a ajuda de amigos e personalizar praticamente todo o material de produção. “Comprei todos os materiais e fiz todas as soldas e encaixes como queria, escolhi tudo desde as sondas, resistências de aquecimento, bombas, camlocks e torneiras”, conta sem conseguir esconder orgulho no percurso.

A imagem foi outra preocupação, até porque os olhos também bebem. Para esta missão contou com a ajuda de Lia Caldeira, a designer que transpôs para os rótulos de aspeto rústico o que se pretende – criar uma experiência única em cada garrafa.

Menu de estreia

Se fosse um restaurante, a Rudes estaria em soft opening, ainda a testar receitas para implementar ao longo dos próximos tempos e a lançar-se à crítica dos apreciadores para apalpar terreno. A partir de abril, mês do lançamento no mercado, será possível provar as duas primeiras referências produzidas em Vila Meã: a Zé do Telhado Strong Bitter e a Lavoisier Belgian Pale Ale.

A primeira, diz, é “uma cerveja algo simples, mas ainda assim a mais forte da bitters com um carácter pronunciado” e fixada nos 6,2% de graduação. A Lavoisier, por outro lado, é “uma abordagem session a uma belgian pale ale” de 5% – mais detalhes, conta, só mesmo na altura da apresentação oficial que vai acontecer na Surviaria, em Amarante, na primeira quinzena de abril.

​Ao longo deste ano, a Rudes vai ainda lançar outros dois rótulos e, claro, não vão faltar “lotes experimentais” com a garantia de que as personagens eleitas serão sempre o reflexo da cerveja que lhes dá corpo – ou garrafa, melhor dizendo. “É exatamente isso que queremos, focar na experiência e não só na cerveja em si”, defende Pedro.