Que o mundo gira em torno de tendências já não é novidade, quer seja na gastronomia ou nos vinhos, há sempre inovação e novos produtos mesmo quando se pensa que já não é possível inventar mais nada. Desta feita foi a Bacalhôa que lançou o Casal Mendes Blue, um vinho azul.

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A ideia partiu de Joe Berardo, Comendador e homem forte de uma das maiores empresas vitivinícolas do país, que se apercebeu desta tendência entre as várias viagens para os Estados Unidos da América ou Austrália, onde, garante, o consumo deste tipo de vinhos é comum. O desejo de colocar algo semelhante no mercado português – com produção nacional – foi transmitido à equipa de enologia que em quatro semanas desenvolveu o Blue.

Contudo, esta não é a primeira aventura do grupo com vinhos coloridos. Há cerca de três anos, a Aliança (empresa detida pelo grupo Bacalhôa) lançava o Paradise Night Out, uma bebida cor-de-rosa à base de vinho que foi, na verdade, um flop. O mercado ainda não estava preparado e ainda existia uma certa apreensão em relação a vinhos menos convencionais, motivos que terão contribuído para a fraca adesão ao conceito.

Ainda assim, e embora seja o primeiro ‘azul’ português, este não é o primeiro vinho deste género no mercado nacional. Há poucos meses surgia o espanhol Gïk, que fez furor na comunicação social – incluindo, claro, na Travel&Taste (leia o artigo)– e abriu caminho ao lançamento da nova referência da Casal Mendes.

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Bacalhôa DR

Azul? Mas isso é vinho?

Sim. Ao contrário do que se possa pensar, o Blue não é uma bebida produzida a partir de vinho, mas antes um vinho a que é acrescentado, no final do processo de fermentação, um corante alimentar que lhe dá cor. No entanto, o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) não o reconhece, legalmente, como vinho, mas sim como “bebida aromatizada à base de vinho”. À parte deste pormenor, é um néctar ligeiramente adocicado e um pouco gaseificado, ainda que pouco, que pode ser consumido bem fresco e com uma uva congelada no copo.

O objetivo, explica a marca, é tornar o vinho uma bebida mais próxima das gerações mais novas, que procuram versões mais leves e ‘apelativas’ ao gosto dos jovens. É um vinho indicado para consumir ao final da tarde entre petiscos simples e conversas com amigos, precisamente pela leveza e baixa graduação.

Desde o início da comercialização, a comunicação através da página oficial de Facebook tem conseguido ‘entranhar’ a opinião pública online que começou a pedir por mais postos de venda – desejo que rapidamente a marca realizou.

Ao todo foram produzidas cerca de 20 mil garrafas, vendidas um pouco por todo o país e na generalidade dos hipermercados, pelo P.V.P. recomendado de 3,49 euros.