​A história da Valados de Melgaço começou há algumas dezenas de anos na Quinta de Golães, em Melgaço, com o nascimento de Artur Meleiro praticamente “dentro de uma barrica”, como brinca o próprio. Desde então, manteve-se sempre envolvido no trabalho com a vinha, pela qual o seu pai era responsável, participando no tratamento, na vindima e até na produção. Mas hoje é tudo diferente e, no entanto, tudo igual.

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Em 2013, Artur criou um projeto vínico a partir da mesma propriedade, apostando em néctares de qualidade que pudessem, por um lado, afastar-se da ideia negativa que os consumidores em geral têm da região dos verdes e, por outro, conquistar uma camada de apreciadores mais sérios.

Ao fim de quase cinco anos, a Valados de Melgaço atingiu, em 2017, a capacidade máxima de produção com 50 mil garrafas. “Não temos mais por onde crescer”, conta, acrescentando que também não é esse o caminho que traçou para a marca. Prefere ir criando, em conjunto com os enólogos Fernando Moura e José António Lourenço, vinhos que “nos desafiem”.

Alvarinho Vinificação Natural

É com este conceito em mente que surge, este mês, uma nova referência no portefólio vínico minhoto: um Alvarinho cujo grande objetivo é que “traduza o terroir o mais possível”, mostrando que é possível “fazer o vinho como se fazia antigamente”.

A novidade não deve, contudo, confundir-se com a produção biológica – é um vinho que utiliza métodos tradicionais, eliminando a adição de sulfuroso e substituindo-o por “uma levedura selecionada chamada Primaflora”.

“É um regressar às origens”, explica-nos Artur, que acredita conseguir atingir maior sucesso no mercado – nomeadamente no nórdico – por se tratar de um néctar adequado a veganos. Ou seja, ao contrário de outras produções, este Alvarinho está livre de proteína animal.

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O Alvarinho Vinificação Natural é a nova referência da casa e está à venda por 17€. Foto: Travel&Taste

De olhos postos no futuro, Meleiro não esconde a vontade de elevar os vinhos verdes, e particularmente os da sub-região de Monção e Melgaço, a um novo patamar em conjunto com produtores que admira e respeita – Soalheiro (que lançou, aliás, o seu primeiro Nature) e Anselmo Mendes. É um caminho que tem vindo a ser percorrido pelos ‘vizinhos’ e ao qual a Valados de Melgaço não fugirá.

O Alvarinho Vinificação Natural 2016 está no mercado em três mil garrafas, com o custo fixado nos 17 euros.