À medida que os dias vão passando e os casos de infeção por COVID-19 vão aumentando no país, também as medidas impostas pelo Governo são cada vez mais gravosas. Depois de Giuseppe Conte ter anunciado, no domingo, a imposição de quarentena em 14 províncias de Itália, o primeiro-ministro acaba de comunicar que todo o país estará, a partir desta terça-feira, em quarentena.
“Toda a Itália será uma área protegida”, afirmou o líder do Governo italiano esta noite, que defendeu ser necessário tomar “medidas duras”. A decisão foi tomada depois do número de mortos ter aumentado para 463, sendo que 97 aconteceram nas últimas 24 horas. Assim, serão cerca de 60 milhões de italianos em quarentena forçada até 3 de abril de forma a tentar conter a propagação do COVID-19. “Todas as movimentações estão proibidas, exceto por necessidades comprovadas, em toda a Itália”, afirmou Giuseppe Conte.
O decreto, que entrará em vigor esta terça-feira, impede a realização de todo e qualquer evento público, nomeadamente desportivos (incluindo jogos da Série A), mas também em cinemas, teatros, bares, ginásios, funerais e casamentos.
A circulação de pessoas internamente está restrita a casos excecionais e devidamente comprovados, regra que se aplica igualmente a todos os italianos que tenham voos marcados para sair do país. De acordo com a imprensa internacional, estão previstas multas de 200 euros para quem não cumprir as regras em vigor.
Voos cancelados
Já durante a tarde desta segunda-feira, a Ryanair tinha anunciado a suspensão dos voos domésticos, entre 10 de março e 8 de abril, de e para as regiões mais afetadas e com restrições devido à quarentena em 14 províncias italianas. De acordo com a companhia aérea irlandesa, a decisão prendia-se com o “bloqueio de viagens imposto pelo Governo Italiano durante o passado fim de semana de/para a Zona Laranja no Norte de Itália”.
O mesmo foi decidido para os voos internacionais com partida ou destino a estas zonas interditas, embora a low cost garantisse que seriam realizados voos apenas às sextas, sábados, domingos e segundas-feiras, de forma a garantir que os cidadãos estrangeiros pudessem regressar aos seus países de origem.
Esta terça-feira, a Ryanair enviou novo comunicado às redações a dar conta da “suspensão da programação completa de voos de e para Itália” em resposta às novas restrições impostas pelo Governo italiano, no sentido de “conter a propagação do COVID-19”.
Assim sendo, informa a companhia aérea, “desde a meia-noite de 11 de março até à meia-noite de 8 de abril, todos os voos domésticos dentro do território italiano serão cancelados”. A estes juntam-se, ainda, as ligações internacionais, que estarão interrompidas entre a meia-noite de março e a meia-noite de 8 de abril.
A Ryanair diz ainda que “os passageiros que necessitam de regressar aos seus países poderão solicitar uma alteração gratuita para um dos voos programados até à meia-noite de dia 13 de março”. Quem não conseguir, será reembolsado através da devolução do dinheiro gasto ou, em alternativa, através de crédito de viagem para utilizar nos próximos 12 meses.
Notícia atualizada a 10/03, às 12h40, com nova informação sobre voos cancelados em território italiano.