Já passou mais de um mês desde que a Comissão Europeia lançou o repto aos cidadãos europeus para que decidam se pretendem continuar, ou não, com a mudança de hora duas vezes por ano. O objetivo é avaliar a vontade de todos para escolher manter ou acabar com uma prática que começou há mais de 100 anos na Alemanha. O prazo termina esta quinta-feira, dia 16.
O inquérito – não é apenas um voto de sim ou não, é mais um pequeno questionário sobre o tema – foi pedido por vários estados-membros da União Europeia (UE) e cidadãos. O tema surge depois da Comissão ter realizado diferentes estudos sobre as mais-valias da hora de inverno e de verão, mas nenhum permite concluir que exista, de facto, uma vantagem clara na adoção deste sistema.
Para participar na decisão comunitária, pode aceder ao site criado especialmente para o efeito e responder ao questionário, votando pela manutenção ou fim da mudança horária.
Acertar o relógio duas vezes por ano
É preciso recuar pouco mais de um século para perceber o que está na origem deste ritual que realizamos todos os anos. O ano era 1916, o local era a Alemanha e o contexto a I Guerra Mundial, um cocktail de factores que viria a influenciar uma decisão que se mantém até hoje: atrasar ou adiantar a hora.
O principal problema tinha que ver com o esforço de guerra, que obrigava a direcionar a grande maioria dos recursos energéticos para os confrontos bélicos. Assim, e como os recursos não são infinitos, a população começou a ver afetado o aquecimento e a iluminação, o que levou o governo alemão a procurar novas soluções. Depois de várias pesquisas, os especialistas decidiram-se pela mudança da hora, de forma a que se conseguisse aproveitar melhor a luz e temperatura naturais. No mesmo ano, Portugal adotou a medida, que se mantém até hoje.