Pela primeira vez desde a sua reconstrução como eremitério, em 1960, a Fundação Eugénio de Almeida promove um ciclo de visitas guiadas ao Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, a Cartuxa de Évora, que decorrerá até 20 de setembro, com entrada gratuita.

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Local de oração e contemplação foi, durante os últimos 60 anos, um espaço inacessível marcado pela clausura, silêncio e contemplação que determinam os Estatutos da Ordem. Por esta razão, nos meses que separam a partida da comunidade de cartuxos e o acolhimento das irmãs do Instituto das Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará – o ramo feminino da Família Religiosa do Verbo Encarnado – a fundação promove um ciclo de visitas guiadas conduzidas por Luís Ferro, arquiteto e investigador, que privou durante dez anos com a comunidade residente no eremitério do Alentejo.

Iniciada a sua construção em 1587, o Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli foi o primeiro eremitério da Ordem da Cartuxa a ser construído em Portugal. Objeto de diferentes utilizações ao longo da sua história, tendo sido Hospício de Donzelas Pobres de Évora, Escola Agrícola Regional e centro de lavoura da Casa Agrícola Eugénio de Almeida, o mosteiro volta a recuperar a sua função religiosa em 1960, graças à forte convicção cristã e à profunda dedicação de Vasco Maria Eugénio de Almeida, Conde de Vill’Alva, à comunidade de Évora.

Mosteiro Santa Maria Scala Coeli

As visitas acontecem na altura em que a comunidade de cartuxos está ausente do espaço. Foto: Carlos Tojo

“O Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli faz parte do imaginário da cidade de Évora. A esfera de misticismo que envolve este espaço desperta a curiosidade do público. Por esta razão, a Fundação abre as portas a este lugar, dando a conhecer a sua herança histórica e cultural, através da descoberta dos rituais, dos hábitos e dos exercícios espirituais que pontuaram o quotidiano da vida dos monges que o habitaram”, afirma Maria do Céu Ramos, da Fundação Eugénio de Almeida.

O percurso das visitas revela as rotinas no mosteiro e locais repletos de simbologia dos quais se destacam o Pátio da Lavoura, espaço de trabalho manual e agrícola dos Irmãos conversos, o monumental claustro, a igreja, centro da vida cartusiana e as celas individuais, pequenas casas cujos detalhes narram com rigor a vida contemplativa dos monges cartuxos.

Cumprindo todas as regras de segurança e distanciamento social, as visitas requerem marcação prévia e têm uma lotação máxima de 15 pessoas. Até 20 de setembro, será possível visitar o Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli em dois horários distintos: às 08h e às 19h, períodos em que a particularidade da luz confere uma atmosfera especial à leitura do espaço.

Inicialmente previstas para apenas quatro datas, as visitas guiadas foram alargadas para outros nove dias devido ao interesse demonstrado pelos curiosos e turistas. O calendário divide-se da seguinte forma:

8 de agosto | 8h

15 de agosto | 8h

16 de agosto | 8h

22 de agosto | 8h

23 de agosto | 8h

29 de agosto | 8h

30 de agosto | 8h

5 de setembro | 8h

6 de setembro | 19h

12 de setembro | 8h

13 de setembro | 8h

19 de setembro | 19h

20 de setembro | 19h

A participação é gratuita mediante inscrição prévia, através do formulário disponibilizado todas as quartas-feiras no site da Fundação Eugénio de Almeida, que permite a marcação para o fim de semana imediatamente mais próximo.


Data: até 20 de setembro | Local: Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, Évora | Horário: 08h e 19h | Entrada livre | + info