À semelhança do que tem vindo a acontecer com companhias aéreas, também as empresas de cruzeiros começam a alterar o seu calendário de navegação como forma de prevenção ao COVID-19. Três dos principais agentes do mercado – MSC Cruzeiros, Costa Cruzeiros e Norwegian Cruise Line – anunciaram a suspensão da atividade até abril, embora com datas de retoma diferentes.

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A MSC Cruzeiros cancelou todos os navios nos Estados Unidos até 30 de abril, numa altura em que o país também suspendeu as viagens com proveniência da Europa, mas também em todas as regiões do globo consideradas de alto risco. Assim, os itinerários do Mediterrâneo, Golfo e Ásia estão suspensos temporariamente como forma de “proteger as populações locais e limitar a propagação do vírus”, informa em comunicado.

Por outro lado, as viagens em curso na América do Sul e África do Sul serão terminadas e posteriormente toda a operação nestas regiões será, também, cancelada. Para não prejudicar os clientes e as agências de viagens, a empresa está a dar possibilidade aos passageiros afetados de transferirem 100% do valor gasto, a que acresce um crédito adicional de compensação, para viagens a realizar ao longo deste ano e até ao final de 2021. Caso o crédito não seja utilizado, a companhia garante o reembolso total.

A Costa Cruzeiros, que já tinha suspendido as operações à costa da China e reprogramado os navios com desembarque em Itália, tomou a decisão de suspender toda a sua operação, a nível mundial, até 3 de abril. Apesar de garantir que tem seguido as recomendações da Organização Mundial de Saúde, a empresa explica que “a logística de viajar pelo mundo é hoje mais desafiadora que nunca” e que se tornou difícil continuar de forma segura.

Assim, a companhia irá terminar todas as viagens ainda em curso, de forma a permitir que os passageiros possam regressar a casa o mais rápido possível e tomará medidas para compensar os clientes, que serão reembolsados sem qualquer perda.

Também a Norwegian Cruise Line Holdings – detentora das marcas Norwegian Cruise Line, Oceania Cruises e Regent Seven Seas Cruises – anunciou a suspensão da operação até 11 de abril. O objetivo é “conter a disseminação do COVID-19” pelos cruzeiros, apesar de garantir que, em 28 navios, não foi detetado nenhum caso de infeção pelo vírus. Os passageiros que se encontram atualmente em viagem irão desembarcar assim que possível, informa ainda.

De acordo com a empresa, todos os clientes com viagens afetadas por esta decisão serão reembolsados a 125% do valor pago se pretenderem transferir a sua reserva para qualquer cruzeiro até 31 de dezembro de 2022. Caso contrário, a Norwegian irá reembolsar 100% do valor num prazo máximo de 90 dias a partir do momento do pedido, que deve ser feito diretamente com a companhia.

Estas medidas surgem dias depois da OMS ter declarado a pandemia mundial devido ao COVID-19 e numa altura em que não só Itália entrou em quarentena total, como também começaram a surgir restrições ao desembarque de tripulação e passageiros nos Açores, primeiro, depois na Madeira e, entretanto, em todo o país.