Acontece no décimo quinta dia do oitavo mês do calendário lunar e é, para a comunidade chinesa, a segunda maior festa a seguir ao Ano Novo. O Festival do Meio-Outono, ou, simplesmente, o Festival da Lua, reúne famílias inteiras, que fazem oferendas e comem iguarias feitas de propósito para este dia — os chamados bolinhos lunares.
Esta festividade, celebrada desde a Dinastia Tang, é um meio de prestar gratidão à lua, responsável pela mudanças das estações, que permite o desenvolvimento das plantações e, consequentemente, de boas colheitas. A comunidade chinesa acredita também que a lua é uma excelente aliada do amor e, por isso, neste dia pede-lhe sorte no que toca a arranjar uma cara-metade.
Mas desengane-se quem pensa que é só na China que se festeja este dia. Com a globalização e com o movimento migratório, muitos são os países que veem as suas ruas inundadas de decorações orientais, dragões chineses e bancas de venda de bolinhos lunares neste dia.
Em Londres, em plena China Town, é impossível não nos sentirmos transportados para o continente asiático. Este ano, a comunidade chinesa residente neste país, organizou um festival e, embora a maioria dos visitantes fosse de origem asiática, havia muitos outros curiosos que quiseram fazer parte deste dia tão importante.
As ruas, impecavelmente decoradas, começaram a encher-se por volta das 10 horas da manhã. Durante todo o dia, houve concertos, leituras, teatros, debates e nem mesmo os mais pequeninos foram esquecidos, tendo também eles direito a “horas do conto”, pinturas faciais e workshops de dança tradicional.
O cheiro delicioso e convidativo de pato à Pequim misturava-se com as vozes de pequenos e graúdos que, em muitos dialectos diferentes, conversavam e riam. Durante toda a tarde, performance atrás de performance, não houve um momento em que a alegria desaparecesse.
Ao cair da noite, as ruas ainda continuavam cheias. O dia seguinte pode ser de trabalho, mas até chegar ainda há muita lua para adorar.