A partir de março do próximo ano, escolher as praias algarvias como destino de férias vai pesar mais na carteira dos turistas. A decisão de criar uma taxa turística foi tomada pela Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e anunciada ao público na sexta-feira, tendo já provocado a contestação do município de Silves, da Região de Turismo do Algarve (RTA) e de algumas associações do setor.

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A ideia é que os municípios da região passem a cobrar, através dos hotéis, uma taxa de 1,50 euros por noite e por pessoa até um máximo de sete noites consecutivas – a exceção é aplicada às crianças até 12 anos, que não pagam, assim como aos turistas que visitem a região entre novembro e fevereiro. Com esta medida, já instituída em Lisboa e no Porto, a AMAL prevê arrecadar uma receita anual de 20 milhões de euros.

No entanto, a aprovação da medida está ainda dependente de votação na Assembleia Municipal de cada uma das 16 câmaras algarvias – Silves deverá ser o único município a não adotar a taxa turística.

Além de Silves, também a Região de Turismo do Algarve já se mostrou contra a criação de uma taxa “que pode gerar perda de competitividade para o destino” por surgir numa altura em que o Algarve tem vindo a apresentar descidas na procura turística.

Em causa está “uma forte retoma de destinos concorrentes do Algarve, tais como a Grécia, a Turquia, a Tunísia e o Egito” que não só não cobram este tipo de suplementos aos turistas, como “apresentam preços muito agressivos”, explica João Fernandes, presidente da RTA, em comunicado.

Assim, a Região de Turismo do Algarve, apoiada pela Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algave (AHETA) e pela Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AIHSA), considera a medida uma “decisão errada” que em conjunto com a diminuição da procura pode significar o enfraquecimento da região.