Ser português e não ter orgulho em sê-lo é cada vez mais difícil – até para os mais teimosos. Motivos não faltam para sentir amor à bandeira, sendo o último a atribuição de 100 pontos – a pontuação máxima – ao Barca Velha 2008 pela norte-americana Wine Enthusiast, tornando-se, assim, no primeiro vinho português não fortificado a receber tal distinção.

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Produzido apenas em anos excecionais com as melhores uvas da Casa Ferreirinha, o Barca Velha foi engarrafado em apenas 18 colheitas ao longo de 64 anos de vida. “Quem espera sempre alcança”, já diz a sabedoria popular que, neste caso, não se enganou – em 2014, a colheita de 2004 do topo de gama conquistou 99 pontos na mesma publicação.

O Barca Velha nasceu pelas mãos de Fernando Nicolau de Almeida, enólogo experiente que durante anos comandou os destinos da Casa Ferreirinha e que selecionou as melhores produções para criar um vinho único. Luís Sottomayor, atual enólogo responsável pela casa, assina a colheita de 2008 de uma referência que aprendeu com o mestre desde 1989, ano em que entrou para a Ferreirinha – a propósito, recorde a entrevista com Luís Sottomayor nas Conversas com Gosto.

Na altura do lançamento, em junho de 2016, o enólogo alertava que “estamos perante um Barca Velha de grande gabarito, um vinho para conhecedores porque demora a mostrar-se. É preciso tempo e paciência para ele revelar tudo o que vale. E é muito!”. Esse potencial é atestado com a distinção da revista especializada, que Sottomayor vê como “um grande motivo de orgulho ver o trabalho da nossa equipa reconhecido ao mais alto nível”.