“Há 11 anos em Lisboa, esta é a primeira vez que fechamos as portas em vez de as abrir…”, disse Ljubomir Stanisic num comunicado enviado às redações e publicado na sua página oficial de Facebook ao final desta manhã. O chef continua dizendo que “é uma decisão difícil mas inequívoca: não podemos, em boa consciência, continuar abertos”. Assim, e com efeitos a partir de domingo, dia 15, os restaurantes de Ljubomir 100 Maneiras e Bistro 100 Maneiras encerram as portas devido ao surto de COVID-19.

PUB.

A medida agora adotada pelo protagonista de Pesadelo na Cozinha não se deve a restrições impostas pelo Governo, que permite que os estabelecimentos se mantenham abertos mas com lotação reduzida, mas antes para “proteger as famílias – as nossas, as da nossa equipa, as dos nossos clientes – e o mundo”, esclarece. O chef realça ainda que o fecho de portas implicará, inevitavelmente, um “golpe financeiro” nas contas dos restaurantes e lembra as responsabilidades com “as mais de 80 famílias que dependem do 100 Maneiras”, aludindo às dezenas de funcionários que emprega.

Ainda sobre a preocupação com os seus colaboradores, Ljubomir diz que “foi às nossas equipas que cedemos todos os produtos alimentares que não são passíveis de armazenamento”, de forma a que não tenham a preocupação de ir aos supermercados e lidar com o “açambarcamento” de produtos que se tem verificado na última semana.

O apelo que se tem replicado pelas redes sociais #StayTheFuckHome para que as pessoas se mantenham em casa e evitem deslocações desnecessárias foi repetido pelo chef Ljubomir como resposta ao surto de COVID-19.

Para ajudar os restaurantes de Ljubomir – que como outros, incluindo o chef Alexandre Silva -, o líder do 100 Maneiras lembra que “os nossos vouchers continuarão disponíveis para compra, via telefone, e-mail ou online”, oferecendo um crédito extra de 15% sobre o valor registado, de forma a que possam ser utilizados quando tudo voltar ao normal. É uma forma que vários espaços gastronómicos têm adotado no sentido de evitar quebras totais de receitas, uma ajuda que consideram essencial a um setor em amplo sofrimento.

Recorde-se que, de acordo com dados do setor da hotelaria e restauração, estão previstos prejuízos para restaurantes e hotéis na ordem dos 800 milhões de euros devido ao surto de COVID-19.

O anúncio surge numa altura em que também outros chefs, como Vítor Sobral e José Avillez, decidiram encerrar os seus restaurantes para evitar o contágio e manter o público e as suas equipas em segurança.