A manhã deste domingo começou com uma notícia que deixou o mundo da arquitetura de luto, com a confirmação da morte de Vittorio Gregotti, aos 92 anos, depois de ter sido infetado pelo novo coronavírus. O autor de grandes projetos, incluindo o Centro Cultural de Belém (CCB), faleceu em Milão com a pneumonia viral.

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Considerado o “mestre da arquitetura do século XX”, diz o jornal italiano Corrierre della Sera, que avançou a notícia da sua morte, Gregotti foi responsável por obras de relevo como a Universidade da Calábria, o Teatro Arcimboldi de Milão, o Estado Olímpico Lluis Companys ou, em território português, o Centro Cultural de Belém. Este último, edificado nos anos 90 em Belém e alvo de grande controvérsia pelo desenho escolhido, foi um trabalho que assinou com o arquiteto português Manuel Salgado.

Em comunicado enviado às redações, a Fundação CCB “lamenta a morte do arquiteto Vittorio Gregotti” e garante que “preservará o seu legado que que é para nós o Centro Cultural de Belém”. A entidade gestora lembra ainda uma exposição retrospetiva, entre novembro de 2018 e janeiro de 2019, da obra do italiano O Território da Arquitetura. Gregotti e Associados 1953-2017, “que apresentou uma narrativa explicativa das atividades abrangentes deste arquiteto e do seu gabinete, ao longo de mais de seis décadas de projetos em Itália e no resto do mundo”.

Aos 92 anos, Gregotti desaparece depois de ter sido contaminado com o novo coronavírus, sucumbindo às consequências provocadas pela pneumonia que daí derivou. O italiano engrossa, assim, o número crescente de mortes pelo COVID-19 em Itália, que ultrapassa já os 1400 óbitos.

Recorde-se que Itália está em quarentena total desde o início da semana, condicionando a vida de cerca de 60 milhões de habitantes. Em Portugal, o número de casos de infeção atingiu este domingo os 245, registando-se, contudo, dois casos de recuperação.

Em todo o país, foram implementadas medidas restritivas que levaram ao encerramento voluntário de alguns restaurantes de chefs portugueses e à interdição de atividades balneares nas praias nacionais, mas que também levaram a Madeira a decretar quarentena obrigatória para todos os passageiros que aterrem no arquipélago, assim como os Açores que já tinham tomado a mesma decisão.